Palocci pede pra sair

Após quase um mês de incessantes ataques oposicionistas o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, resolveu pedir demissão à presidente da República, Dilma Rousseff. A situação do ex-ministro começou a se complicar depois que o jornal Folha de S. Paulo publicou matéria na qual relatava que Palocci teve seu patrimônio aumentado em 20 vezes entre os anos de 2006 e 2010.

A saída de Palocci foi anunciada por meio de uma nota divulgada pela Casa Civil. Depois de pouco mais de cinco meses no cargo, o ex-ministro é a primeira baixa do ministério da presidente Dilma.

De acordo com o Palácio do Planalto, quem substituirá o então chefe da Casa Civil será a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

Mesmo com a determinação da Procuradoria-Geral da República de arquivar os pedidos de investigação do patrimônio de Palocci, feitos pela oposição, o ex-ministro declarou que a “continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo”.

A reportagem da Folha que abalou a segunda Era Palocci em governo petista – a primeira foi durante o mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva, quando foi ministro da Fazenda – mostrou que, somente em 2010, o ex-ministro teria recebido R$ 20 milhões, por intermédio da consultoria Projeto, de sua propriedade.

Ao se explicar, Antonio Palocci argumentou que os contratos firmados entre 2006 e 2010 tiveram por base auxiliar empresas que julgaram “útil” sua experiência na pasta da Fazenda, entre janeiro de 2003 e março de 2006.

Outro dado a ser esclarecido pelo ex-ministro é a afirmação feita pelo jornal paulista de que metade dos R$ 20 milhões referentes ao faturamento do ano passado foi obtida nos últimos meses do ano, época em que Palocci estava envolvido com a campanha da presidente Dilma. O político se justificou dizendo que isso ocorreu em razão da quitação antecipada de contratos em vigor.

Depois, outras reportagens apontaram que clientes de Palocci teriam feito negócios com empresas públicas e que um dos clientes foi supostamente beneficiado em uma operação de restituição de imposto de renda junto à Receita Federal, subordinada ao Ministério da Fazenda, pasta que Palocci comandou em 2006.

Na última sexta-feira (3), Palocci concedeu entrevista à TV Globo, a primeira manifestação pública desde que reportagens sobre o aumento do seu patrimônio e suposto tráfico de influência começaram a ser publicadas. Integrantes de partidos da base do governo e da oposição cobravam explicações do ministro.

Em entrevista à Folha, Palocci disse que, antes de assumir a Casa Civil, não relatou à presidente Dilma quais eram as empresas para as quais havia prestado serviços de consultoria.

Ministro da Casa Civil não resistiu às denúncias referentes ao seu rápido aumento patrimonial e às insinuações de tráfico de influência

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